Minha indignação não é a indignação de todos, entendo, mas alguma indignação deveria ser de mais, preferencial no que posso imaginar ser eticamente válida. Entretanto, não. Permanecem em um estado de ataraxia admirável que só um estoico puro desconsideraria os fatos contemporâneos, ou melhor, o sentido desse fluxo de insensatez que se mostra e se expõe exacerbadamente em todos os meios, sem uma reação real, física, legítima e contrária. Percebo que só a é quando lhes é pertinentemente egóica. Faz, talvez, parte daqueles predicados naturais citados e as corrobora. Natural como ela só. Quando de minhas indignações, que acho eticamente pertinentes, vejo nos rostos das pessoas aquele olhar de profundidade infinita, sabe-se lá o que significou aquilo. Certamente nada. Em seu cérebro cheio de lúpulo das sextas-feiras não há vagas a não ser para mais temulentas trovoadas neuronais. Se incomodam com as folhas que caem nas piscinas, mas não com as árvores que as produzem. Cortam-nas ao pé.
Aprendo, assim, da pior maneira, que tudo é o que é. Não mudamos nada. A vida nos aluga e nos usa pra mudar a si mesma. Somos umas pecinhas insignificantes de um grande jogo infinito e eterno. De geração em geração, sempre com uma nova tecnologia mais célere, caminhamos para uma coisa inimaginável transformista e descontrolada.
Pessimista? Eu? Pergunte aos dinossauros.